07 julho, 2010

O Consumo e os que o consomem


Observando os intervalos dos programas de televisão, notei que dezenas de anúncios de produtos conseguem interferir no cotidiano das pessoas. Não compramos mais pelo produto ou pela necessidade de utilizá-los, a habitual forma do consumidor, hoje em dia, é a de se sensibilizar pelas envolventes propagandas, acreditando nos resultados e toda a encenação da mesma, comprando assim uma marca ao invés do produto.
A relação do consumidor com o produto a ser consumido já se tornou obediente ao modismo e, como consequência, é também alienada. Pode-se citar como exemplo o achocolatado em pó, normalmente, quando as pessoas se referem ao mesmo, lembram-se e o distinguem pelo nome de sua marca, mas não pelo produto em si e, de uma série de produtos que são, também, consumidos por suas marcas, salva-se apenas a conhecida maionese. O cotidiano do consumidor reflete-se apenas em anúncios.
Outra forma de notarmos esse hábito é na compra de roupas. Etiquetas, estampas e a loja são os primeiros itens notados pelo consumidor que prefere pagar até três vezes mais por um peça de roupa fabricada com o mesmo material de uma marca menos conhecida. Não critico, porque também estou nesse meio desconfiado que paga um pouco a mais. Deste ponto de vista parece até ilógico, não é mesmo? Mas basta conhecer a subliminar regra da nossa atualidade: Somos o que podemos ter, e parece até incrível estar dentro deste círculo afinal, quanto mais temos, mais queremos ser. Algumas pessoas acreditam que nossa preferência de escolha por marca ocorra por “respirarmos” propagandas por todos os lugares e de todas as maneiras mas, na verdade, é a falta de “eu próprio”, que pensa e realiza. Triste realidade já que, nos transformamos em seres que apenas consomem, mesmo sem saber o que estamos consumindo.
E penso ainda a cada dia, estou estudando para chegar nesse meio, logicamente com medo de ser engolida por essa teia, mas com a esperança de ainda fazer valer minhas crenças. É só não fechar os olhos e continuar a enxergar o mundo assim como ele é e não, como eles querem que nós o vejamos.


by: Victória Sayuri

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