27 maio, 2010

Resgatando velhos pensamentos e rascunhando


"We're nobodies
We wanna be somebodies"
(M M)

Algumas pessoas se camuflam, se escondem debaixo de bela máscara de marfim e diamantes. Tal atitude covarde pode ser tomada por medo da realidade cada vez mais cruel, medo de assumir suas próprias imperfeições medo de se expor aos demais seres humanos, mostrar sua fragilidade... Aos poucos deixamos de ser orgânicos, passamos a ser mecânicos - nós e nossas relações - tudo programado, articulado, planejado. O imprevisível não presta, instabilidade é perigosa demais. As coisas - e aqui se incluem as pessoas - precisam ser controladas, vigiadas... mas isso é outra história. Vamos falar aqui do medo que o ser humano tem de ser um ser humano.
Nos fechamos em nossos mundos, somos altamente individualistas. Pouco importa se o próximo passa fome, sede, frio, enquanto tivermos nossas casas, com seus movéis e eletrodosméticos, comida quente em nossas mesas e uma cama quente para dias frios como esses últimos. Azar é de quem dorme debaixo do viaduto, com caixas de papelão; o problema não é nosso se a criança que pede esmola está sem comer a sei lá quantos dias e está sujeita a tudo (e, provavelmente, se tornará o próximo frequentador das páginas policiais).
Compaixão, amor, fidelidade, honestidade, sinceridade...? São palavras poéticas e nada mais. Servem apenas para que o poeta de porre e chapado escreva suas besteiras. Se hoje Maria e João estão abraçados, pensando em se casar depois de onze anos de namoro e "amor", amanhã Maria é encontrada esfaqueada, num mar de sangue, em sua própria cama... Love Kills...
Perdemos nossa humanidade, somos robotizados e ao mesmo tempo movidos pelo extinto de ser melhor do que os demais, superiores, egoístas. Precisamos viver em constante provação. Não ajudamos, mas se possível atrapalhamos.

Simulacro.

Fingimos tão bem que por vezes nos perdemos em nossas próprias mentiras... e não adianta, todo mundo tem um pouco de egoísmo dentro se si. Porém o que muda é a proporção, uns são mais egoístas do que os outros...
Nos fechamos em nossos mundos, dentro deles a realidade gira em torno de nossos umbigos, tudo o que afetá-la diretamente não nos importa. No entanto, um dia essa redoma de vidro quebra... a realidade atingirá a todos, os males do mundo afetarão à todos...

Mas enquanto isso não acontece o bicho homem continua destruindo o que encontra à sua volta, sem preocupar-se com o semelhante...




2 comentários:

  1. é. vivemos para realizar nossos próprios prazeres insignificantes sem pensar em ninguém.. a não ser que o "ninguém" seja útil para alcançar teus objetivos. depois é descartado.

    assim nos destruímos aos poucos. até enquanto durar.

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  2. Tudo gira em torno do egoísmo. É inevitável.
    Capitalismo. E dentro dele não existe apenas o lado da riqueza e pobreza. Existe também o comodismo...
    É tudo um círculo vicioso.

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